04 maio 2009

Eles adoram as balzaquianas…

Por Tissiana Berenguer Cavalcante

Eles adoram as Balzaquianas. Júlia vinha desconfiando disso há muito tempo. Ficava intrigada com o fenômeno… e, por isso, vinha observando, atentamente, o comportamento de homens com relação às mulheres pós-trinta. Levou 2 anos nesta investigação e, finalmente, conseguiu chegar à conclusão de forma tão sedimentada que só faltou, mesmo, emitir laudo: Eles adoram as Balzaquianas. Ponto. Oração afirmativa, conclusiva, definitiva. Não havia mais nada o que se questionar a respeito.

Mas as amigas questionavam: “eles quem?”. “Eles TODOS”. Júlia respondia com um ar impressionado, de quem acabava de descobrir uma grande conspiração. E explicava sua teoria: mulher de 30 é como debutante, da noite para o dia tudo fica diferente.

Júlia nunca tinha sido (antes dos 30) uma mulher muito paquerada. Não era provida de grande beleza nem tinha um tipo físico que chamasse a atenção. Pelo contrário, sempre se sentiu deslocada em locais de paquera: em meio às belas amigas, não se sentia notada. Por isso mesmo, o que vinha acontecendo lhe intrigava tanto: desde que cruzou a linha dos 30, passou a ser azarada absurdamente. Mas a boba não sabia tirar proveito… não passou a namorar mais, não descobriu a arte de seduzir nem massageou seu ego o suficiente para se sentir mais segura enquanto mulher, nem nada. Verdade seja dita: mulher aprende a paquerar e a seduzir no início da juventude, com seus 20 e poucos anos. É aí que se forma a base da sua educação azaracional. Sem essa base, Júlia se saía é uma boa desajeitada diante das cantadas que recebia.

No início, pensou que poderia, por alguma razão, estar mais bonita, com a cutis mais luminosa ou sei lá o que. Até que começou a ser olhada de manhã cedo no supermercado… no elevador… na sala de espera de exames laboratoriais! Aí desconfiou, mesmo, que deveria haver algo nela que não se relacionava, de modo algum, com beleza, que estava atraindo a ala masculina. Seriam seus hormônios?

Depois pensou que, talvez, o fato dela ser casada pudesse constituir um atrativo. Bingo! Só podia ser isso! Até que sua relação desandou e, vendo-se novamente solteira, Júlia se surpreendeu com a continuidade dos assédios. Na fossa, sentia-se feia, desinteressante, fechada e, ainda assim, as investidas não cessavam.

O fato é que, desde que trintou, esse fenômeno só fez se intensificar. E vinha pensando cada vez mais nisso até que, na última semana, viveu seu momento de boom. Em 7 dias, foi paquerada por 7 homens, de todos os tipos físicos, profissões… 7 tipos de cantada. 7 intenções. Incrível! Muito estranho tudo aquilo… o mundo foi feito em 7 dias, são 7 os pecados capitais, há as 7 maravilhas no mundo… E Júlia, supersticiosa como era, acabou vendo nisso mais mistério ainda e buscando, mais uma vez, uma explicação. What the hell was going on?

Misticamente, passou os 7 dias seguintes em busca de um sentido. Fazendo uma retrospectiva, se deu conta de que todos esses rapazes deveriam ter, no máximo, 25 anos – mas por que rapazes tão jovens…? Mais 7 noites se passaram, Júlia ainda não tinha resposta para isso… e capitulou: para que a queria? Bastava-lhe ter a certeza: os garotões adoram as Balzaquianas. E deleitar-se: como era bom ser adorada por eles…

Um comentário:

chan disse...

Ah... as balzaquianas são legais mesmo... mas as ninfetas são da hora tb!!!! eheheh
Beijo, bibis!